22 de dezembro de 2011

Lágrimas Miseráveis

"Você não sabe o quanto eu planejei
Muito menos o quanto eu que eu chorei
Ao perceber que você se foi
Você nem em sonhos conseguiu ver
Tudo que eu escrevi para você ler
Ou para eu recitar pra você dormir" (Planos e Promessas - Fresno)

Eu às vezes penso que o mundo se guarda numa caixa morta, escrita com sangue a palavra "DOR". Muitas vezes quando eu olho pro céu, e percebo que as nuvens já não são tão brancas como antigamente, puras e feitas de algodão.

O mundo morreu com muitas lágrimas com uma apunhalada dos seus habitantes. O céu se derrete perante aos problemas ambientais, a terra se machuca pelos passos afiados dos humanos sem coração, e a água só sobrevive com as lágrimas de alguns pobres coitados.

E, quando eu pensava ter visto de tudo, mais uma noite, mais algumas palavras e um pouco de surpresa. Que babaca, nada poderá salvar a extinção da inocência, do sorriso das crianças, e de palavras. Queria ter nascido no século XX, tudo era tão diferente.

Queria poder sofrer menos, pelo menos o suficiente pra sobreviver. Como eu consigo ainda olhar para tantas faces,fingir falsamente e sorrir, e falar algumas besteiras pra todos sorrirem? Como eu consigo aceitar que nunca estarei aonde você está?

Queria muito estar aí te vendo dormir, te dizer "Boa noite" e partir para te ver amanhã de manhã. Queria poder te dizer "Feliz Natal!" e te dar um abraço e um beijo e um presente logo depois. Mas o que eu sou pra você? Um inútil que só escreve cartas?

Mas, por favor, não jogue aquelas cartas infantis fora, aquelas que você disse que ficaram lindas. Foi difícil dizer tais palavras para você ler, e também lembre-se de quanto tempo eu demorei pra extrair as palavras certas para você me entender.

O que eu estou dizendo? Deve ter jogado fora faz tempo. Nem se importa o que eu fiz, o que eu faço ou o que eu vou fazer. Sinto saudades daqueles tempos, confesso, mas juro que hoje em dia eu penso mais no que eu vou escrever do que em você.

Vá dormir e abrace seu travesseiro. Hoje você irá dormir sem pensar nos seus problemas, nas suas festas, nas bebedeiras, nas pessoas, nas escolas ou muito menos em notas. Pensará em apenas em relaxar e deixar a vida rolar.

Você nunca conseguirá perceber que eu ainda gosto de você, e eu juro, poderia até ir ao inferno para poder ter você. Mas do que adianta? Nem que me jogue do mais alto prédio, que eu pule sem corda de uma ponte gigante, você me ignoraria.

Santas lágrimas, que um dia me fizeram crescer e chorar. Santos amigos, que te fizeram sorrir e puderam te abraçar. Santa distância, eu aqui e você lá. Mas o que resta serão apenas lágrimas miseráveis, de um mero tolo pedindo aos céus que lhe dê uma chance com a sua amada, que jamais o notou.

Texto publicado originalmente em Pequenos Textos em um Blog, e postado com a devida autorização.

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