19 de janeiro de 2012

Refúgio

"Before I cross my heart and hope to die at all
Take off my mask and leave the lies to the liers
It never used to hurt before it isn't funny anymore
Feeling so alone now,
Funny how you wish some way that you could die at the hospital" (The Used - Hospital)


É fácil demais dizer que ama alguém. São apenas três palavras, um sorriso falso e um olhar com alguns pingos de colírio. É tão engraçado dizer isso tão falsamente, e as pessoas acreditarem, como se não soubessem que é a falsidade.
Não leve a mal, não escrevo isso para as pessoas aceitarem isso. Afinal, quem vai aceitar essa ideia? Nenhuma pessoa será realista o suficiente pra aceitar. Os realistas, no fundo, ainda procuram que um outro coração o queira de volta.
Quem sou eu pra dizer? Sempre andei gostando de pessoas, sentindo atração de pessoas que nunca vi. Eu pensei que se pode amar várias vezes, mais do que sete ou oito vezes. Não se pode amar nem ao menos três vezes, seu estúpido.
De novo, estou aqui eu falando sobre o amor novamente. Qual a merda que se tem de bom no amor? Me diz o que há de bom em amar alguém? Algumas lágrimas, alguns momentos passageiros que começam a virar rotina?
Casais são pessoas doentes. Um tipo de hipocondríaco que usa o seu parceiro como remédio para suas feridas, que nunca vão se fechar. É, é isso mesmo, você usa seu parceiro como um refúgio pra se esconder deste mundo sujo, você só quer não ficar sozinho.
Posso não ter me apaixonado, mas não significa que eu não tenha tentado. Não venha me dizer que eu sou um idiota, um burro e um imbecil, só porque nunca tive uma namorada que se preze e fico falando coisas que eu não sei.
Eu vou continuar falando o que eu quero dizer, vou continuar escrevendo coisas que você não gosta. Se esconda no seu refúgio, se puder. Eu me cansei de ser aquela criança que escreve o que querem, fala o que as pessoas querem ouvir, enxugar lágrimas que eu não quero enxugar.
É isso mesmo. Não vou dizer que gosto de pessoas que eu sei que me machucaram. Agora que olho de camarote, parece tão engraçado essas lágrimas das pessoas que sofrem por falta de refúgio. É, talvez eu seja um maníaco sedento por lágrimas.
Me dá enjoos saber que vão me reprimir, que vão falar mal de mim pelo simples fato de eu não aceitar a ideia de beber como todos os outros e depois falar coisas que acham engraçadas. Me dá nojo de pessoas que um dia juraram amor, e em outro instante está com um outro alguém.
O que eu quero dizer é, que por mais que você tente, por mais intensamente você ame alguém, isso vai acabar. Como vai acabar o mundo, como vai acabar o ar, como vai acabar a vida e até sua família. Então, pode ser que os amores acabam, as pessoas mudam e crescem, e vão se abandonar umas e as outras.
Podem me xingar se quiserem, mas o mundo muda. Quando você perceber, seu refúgio vai ter muita sujeira e você não vai querer limpar. E assim, você abandona mais um, mais um sujo pelas ruas da cidade. E, você vai como um sanguessuga de corações, à procura de um novo refúgio para se libertar de seus problemas.
Sua verdade é tão diferente da minha, que parece que eu sou um monstro e você um animalzinho amedrontado.
Texto publicado originalmente em Pequenos Textos em um Blog, e postado com a devida autorização.

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